Lusofonia é fato {facto} ou ficção?

DIÁLOGO 7 - LUSOFONIA É FATO OU FICÇÃO? Lusofonia é intercâmbio cultural e democrático?

Neste capítulo de Perguntas sobre o Brasil, Francis Manzoni (Coordenador editorial das edições SESC) reuniu o escritor e musico angolano Kalaf Epalanga, agora radicado em Berlim, e o jornalista e escritor também angolano José Eduardo Agualusa.

Durante cerca de uma hora e meia a conversa fluiu entre provocações, lamentos mas também esperança e confiança nas relações culturais e democráticas entre os países lusófonos.

Os dois convidados referiram que não existe uma relação governamental e cultural efetiva entre Portugal, Brasil e países africanos falantes de língua portuguesa. Kalaf lamentou que “existe pouca troca entre hemisférios, o hemisfério Sul tem que ir sempre de encontro ao hemisfério Norte. Existe uma politização da Lusofonia” referindo-se ao facto de que existe pouca divulgação e circulação de cultura Portuguesa e Brasileira em Angola, Cabo Verde ou Moçambique. Referiu que este desligamento acontece igualmente entre os países africanos falantes de português”.

José Eduardo Agualusa acredita que a “ a lusofonia tem que ser da responsabilidade dos povos envolvidos mais do que de seus governos. O principal são as sociedades civis, não os governos, não a CPLP”.

“Dar dignidade a todas as línguas”

Outra temática que foi lançada por Francis Manzoni foi a questão das línguas autóctones e o seu papel na cultura e na divulgação , nomeadamente literária, nos diversos países lusófonos. Houve acordo de que há poucas publicações em línguas africanas e em línguas indígenas brasileiras mas que é necessário formar leitores para só depois formar escritores, para isso é necessário que os livros cheguem a toda a gente, tem que haver mais circulação literária entre os vários países.

A conversa terminou com uma nota de confiança de uma lusofonia real onde a cultura terá o seu papel fundamental como destruidora de barreiras governamentais, linguísticas, de género, de gerações, tendo sido lançado o desafio de uma bienal entre Brasil e Angola.











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