“Cidadania da língua faz pátria, não pária
Somos todos imigrantes. Filhos ou netos de alguém que um dia cruzou uma fronteira. Se olharmos atentamente, tivemos (ou fomos nós mesmos) um pária em algum lugar. Talvez por ainda vingar com mais força a ideia de serem os territórios e as fronteiras (inventadas) o que cria pertencimento.
A cidadania é civitas e é ela que faz o humano ser pessoa(persona) o personagem de uma cidade ou de um enredo cujo sentido autoriza ser parte e membro, seja por força do nascimento ou por uma ordem do cosmos fundada numa physis já há muito reinventada pelo Iluminismo (ou substituída pela caneta de alguns). É neste papel imposto ou assumido que se pode falar em poder, em direitos e em deveres, em pátria, em párias e cidadania.
Nesse sentido, nada mais interessante ser uma feira do livro, a de Coimbra*, a cidade histórica dos trânsitos, a sede das discussões sobre direitos, a realizar uma intensa programação sobre "cidadania da língua". Um trabalho delicado e corajoso que vem sendo desenvolvido de forma pioneira pela Associação Portugal-Brasil 200 anos. “