“A com-fusão da língua brasileira”
“O português é o de Camões, o alemão é o de Goethe, o italiano de Dante, o inglês de Shakespeare, o espanhol de Cervantes... a língua tem rosto, estilo, métrica, rima e uma forma de andar no mundo.
Mas o português também tem Florbela e Caetano, e Caetano "gosta de sentir sua língua roçar a língua de Luís de Camões".
O Brasil tem uma língua que não é a materna e, mesmo sendo a do pai, não fala como o pai. A língua brasileira é uma com-fusão, uma pro-fusão de mundos que bailam entre si.
O resultado? Algo "melondioso"* que envolve com uma fonética cheia de gingado em "ns", "s", "x" e "rs" e vogais bem ditas.
E essa língua é capaz de integrar o sabor das gentes e das histórias amargas, doces, azedas e salgadas. O Brasil é temperos e a ponta da língua reconhece.”