Jornal Público destaca 200 anos, 200 livros na Bienal de São Paulo
Na Bienal Internacional do Livro de São Paulo, uma gigantesca feira comercial, o Pavilhão de Portugal tem sido um espaço de reflexão, em vários sotaques, sobre o país que se tornou independente em 1822. Compilada pela Folha de S. Paulo, uma lista de 200 livros essenciais para pensar o Brasil mostra a complexidade e os conflitos que fazem parte da sua História.
No Pavilhão de Portugal, uma das mesas redondas moderadas pelo escritor e jornalista Afonso Borges, outro dos votantes, debruçou-se sobre o tema. Resultado de um desafio lançado pela Associação Portugal Brasil 200 anos, fundada pelo empresário português José Manuel Diogo, também director da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Brasileira, ao jornal Folha de S. Paulo e ao Projeto República (núcleo de pesquisa da Universidade Federal de Minas), contou com o apoio institucional do Instituto Camões de Portugal e da Universidade de Coimbra.
O projecto 200 anos, 200 livros é, para José Manuel Diogo, “uma gigantesca curadoria literária de língua portuguesa”, em resposta a uma pergunta típica de um ano de efeméride: quais são os livros mais importantes para se entender o Brasil?
Um dos grandes desafios foi a escolha dos curadores, explicou o repórter especial da Folha de S. Paulo Naief Haddad. Era importante que, no seu conjunto, os 169 votantes “reflectissem a diversidade e a história brasileira de uma forma aberta” e tão democrática quanto possível, com influências de vários sectores da sociedade e cruzando diversas faixas etárias. Juntaram-se assim historiadores, sociólogos, antropólogos, cientistas políticos, músicos, escritores, juristas, jornalistas – do Brasil, de Portugal, de Angola e de Moçambique.
Participaram nas escolhas, entre muitos outros, os escritores Afonso Reis Cabral, Ondjaki, José Eduardo Agualusa e Kalaf Epalanga; os jornalistas Anabela Mota Ribeiro, Isabel Lucas e Ferreira Fernandes; o livreiro José Pinho, da Ler devagar; a editora Barbara Bulhosa (Tinta-da-China); os académicos Arnaldo Saraiva e Guilherme de Oliveira Martins; e a artista Eugénia Melo e Castro.
“Foi um processo que demorou mais de um ano, mas valeu muito a pena, porque a gente conseguiu uma lista que soou muito surpreendente”, disse Naief Haddad. Recebidas quase 400 indicações de obras, daí saíram as 200 finais. Entraram todos os livros que tiveram pelo menos dois votos, mas havia 105 obras que só tinham sido indicadas uma vez. Para escolher as que entravam na lista final, foram criadas duas comissões, uma para ficção e outra para não-ficção, que obedeceram a critérios para chegar a uma selecção definitiva.
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