“Insultos na política se tornaram recurso de quem quer visibilidade a todo o custo”
“O insulto em política é algo relativamente comum, usado muitas vezes por homens e mulheres públicos —e até com assinalável qualidade literária. Faz parte da arte política e, quando foi empregado com ironia e inteligência, chegou a produzir belas frases, que perduraram na história.
Uma vez, o escritor e diplomata português Eça de Queiroz, dirigindo-se ao presidente do governo luso, acusou deliciosamente: "O governo de vossa excelência não há de cair, porque não é um edifício. Tem de sair com benzina —porque é uma nódoa!".
Em inglês, mais ao norte, outro político e também escritor —que até ganhou o Nobel de Literatura—, o então primeiro-ministro britânico Winston Churchill, certa vez respondeu certeiro no Parlamento a uma deputada que o acusava de estar embriagado na sessão: "É verdade, mas a senhora é feia, e amanhã eu estarei sóbrio".”